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1. Bacharel em Gestão de RH pela Universidade Estadual Vale do Acaraú. 2 . Pos graduação em Adm Pública (Cursando) 3. Portador da comenda "Simão Estácio da Silveira" concedida pela Câmara municipal de São Luis MA. 3. Atualmente exerce assessoria parlamentar ao Deputado Estadual Raimundo Cutrim - PCdoB.

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domingo, 2 de junho de 2013

Sua Excelência, o buraco

COLUNA DO SARNEY.

Um amigo meu fez doutorado na Alemanha e recebeu em Brasília o seu antigo orientador. Veio numa viagem sem compromissos acadêmicos e apenas com a curiosidade de conhecer o Brasil. Contou-me ele que levou o professor a visitar Pirinópolis e na estrada caíram num buraco e ele, que viajava relaxado, tomou um susto e disse:
- Que foi que aconteceu?
Ele responde: “Atravessamos um buraco”. Admirado, o alemão exclamou: “Como, buraco em estrada?”. “É, as estradas brasileiras ainda são muito esburacadas”.
O alemão, pensando nas belas estradas alemãs, aquelas que foram as primeiras a revolucionar a construção de rodovias, um tapete, as vias expressas e bem conservadas, foi irônico:
- A última vez que tivemos buracos nas estradas na Alemanha foi em 1945, bombardeadas pelos caças da Real Força Aérea (RAF) britânica, durante a guerra.
Lembrei-me dessa história quando agora cheguei a São Luís e nunca vi tanto buraco. Primeiro pensei que fosse somente na estrada do aeroporto. Depois vim para o Calhau. depois para a Beira-Mar, para o Olho d’Água e quase não podíamos andar. Os carros, coitados, iam sofrendo de tanto sacolejar e os passageiros pareciam querer tirar pedras renais.
Já disse nesta coluna que o primeiro dever de quem governa uma cidade é cuidar dela. Desde o lixo ao estado das ruas que é por onde a vida da cidade circula. Dizem-me que os buracos são por causa da chuva, que a culpa é de gestões passadas e que agora é arrumar a casa e esquecer os buracos. Mas São Luís, se o alemão viesse aqui, acharia que estávamos em guerra, bombardeados por ingleses, alemães, russos e até meteoros. O buraco é uma pedra na imagem de São Luís, em vez de ser uma pedra dentro do buraco. Genolino Amado contava que o buraco, também, era um bom palpite para o jogo do bicho. Sua empregada sonhara com uma ceia de Natal com um peru bem assado. Levantou-se e disse: “Bom palpite para o jogo de hoje”. E, ao sair, meteu o pé num buraco e viu tudo: peru é 20, buraco é zero, então jogo na centena 200. À tarde, foi conferir o resultado. Deu 200 e ele ganhou uma bolada.
Os nossos buracos são tantos e, pior, não vi ninguém tapando buracos. Por que não se faz uma guerra para melhorar nossas ruas? Cesar, o Julio, dizia que as coisas pequenas são importantes.
Então, salve sua excelência, o buraco, que para os carros é solavanco e para o povo é perna e nariz quebrados.

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