ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO MARANHÃO
GABINETE DO DEPUTADO RAIMUNDO CUTRIM
DISCURSO EM 10 DE JUNHO 2013.
SENHORES
DEPUTADOS, SENHORAS DEPUTADAS, GALERIA, IMPRENSA, INERNAUTAS E TODOS QUE NOS
ASSISTEM PELA TV ASSEMBLEIA...
O
pronunciamento que faço a seguir, busca esclarecer uma campanha sórdida,
criminosa, espúria, e direcionada especificamente a atingir a minha honra e
minha dignidade.
A minha honra
e minha dignidade pessoal não foram atingidas. Mas atingiu a minha família,
meus amigos, atingiu a ESTA CASA, porque muitos, aqui presentes, ainda hoje tem
dúvidas da minha participação no crime de homicídio do DÉCIO, na agiotagem e na
grilagem de terras.
Peço a
compreensão de todos os companheiros Deputados presentes, de todos os
jornalistas e da mesa para que eu faça uma RETROSPECTIVA da minha vida.
Nasci em uma
família de muitas dificuldades e muitos dependentes.
A meu pai,
que Deus esteja sempre com ele, coube a responsabilidade inicial de nos
conduzir na vida. Busquei encontrar o meu futuro nos estudos.
Me submeti a
um concurso da Polícia Federal e passei como agente, e comecei a trabalhar e ao mesmo tempo
freqüentando a faculdade de direito.
Com o passar
do tempo, me formei em Direito e conseqüentemente passei no concurso de
Delegado de Polícia Federal.
Deus sabe do
sacrifício que passei e por tudo o que sofri para chegar a esta posição. Me
dediquei a ela e procurei desempenhá-la com responsabilidade, com
profissionalismo e dedicação.
‘ Me destaquei na
instituição, Polícia Federal, órgão que eu tenho orgulho de fazer parte, ela é
a minha segunda família.
Fui convidado
pelo Ministro da Justiça para desempenhar um trabalho na chamada OPERAÇAO SELVA
LIVRE, em 1989 na área Indígena dos YANOMAMI onde passei cerca de 3 anos,
distante da minha família e de meus amigos.
Desempenhei
essa missão complexa com dignidade, responsabilidade e eficiência, ao ponto de
ser agraciado com a COMENDA DE INDIGENISTA, pela PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
Me envaideço,
porque essa comenda poucos brasileiros alcançaram. Voltei para a minha terra e em
3 de julho de 1997, fui convidado pela Governadora Roseana Sarney para assumir a Secretaria de
Segurança Pública.
E
no ano de 2003 fui agraciado pela BRASMARKET e a FORÇA SINDICAL que em nome da
opinião pública, em reconhecimento ao trabalho desenvolvido naquela época
através da TOP TEN – Empresa de Excelência Administrativa.
Na época
estava acéfala. Policiais Civis e Militares percorriam os mesmos caminhos que
percorriam os criminosos do Estado. Saliento que essa colocação que faço não é
genérica, mas todo o Maranhão sabe dos policiais que responderam pela sua
vinculação aos ilícitos penais.
Registro
também que existia de fato o CRIME ORGANIZADO NO MARANHÃO. Todos sabem que as
coisas estavam estabelecidas dessa forma.
Com
pulso, com apoio do sistema de segurança Pública e dos poderes constituídos, do
Governo do Estado, da imprensa e da sociedade civil, conseguimos dar um basta
nesses crimes que tanto vitimaram e preocuparam o povo sofrido do nosso Estado.
Para
isso, me custou essa luta mais de uma década de dedicação exclusiva onde faltei
com a minha família, faltei com o ambiente social que freqüentava porque praticamente
morava no meu gabinete na Secretaria de Segurança.
Os mais
velhos e queridos funcionários daquela Secretaria são testemunhas dessa minha
dedicação.
Mas, graças a
Deus, o meu trabalho e sacrifício não foram em vão. Tive o reconhecimento dos
poderes constituídos, da imprensa e sobretudo do povo do meu Estado.
E recebi um
convite para entrar na vida pública. Me surpreendi, porque nunca me vi como um
político. Me via como um servidor público em favor da justiça. E,
consequentemente, como dizia JESUS CRISTO na suas pregações, um servo não serve
a dois senhores e se TEM QUE DAR A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR E A DEUS O QUE É DE
DEUS.
Se eu
declarasse que tenho sido um político como fui Secretário de Segurança, estaria
faltando com a verdade para mim mesmo. Mas isso não quer dizer que eu pense um
dia em querer voltar como Secretário. MEU TEMPO JÁ PASSOU.
Quero agora aprender a ser político, porque ,
como dizia ARISTÓTELES, é a atividade política a mais nobre de todas as
atividades do ser humano, ao ponto de concluir que TODO HOMEM É UM ANIMAL
POLÍTICO.
Agora,
pergunto: posso admitir continuar na vida pública diante de acusações
irresponsáveis, levianas e criminosas de que eu sou agiota, assassino e
grileiro?
Não tenho
condições de continuar na política se essas acusações não forem
esclarecidas. ESSE É MEU CAVALO DE
BATALHA.
Devo
esclarecer o porque de tudo isso.
Quando tive
que me desincompatibilizar para disputar o segundo mandato de DEPUTADO
ESTADUAL, a Governadora Roseana Sarney, deu a entender que eu poderia sugerir
um nome que preenchesse os pré-requisitos de confiança, de competência, de
profissionalismo para o cargo.
Essa conversa
se espalhou nos corredores da Secretaria. Foi quando eu fui procurado pelo meu
Assessor próximo ALUÍSIO MENDES, para que sugerisse seu nome para me suceder.
Nessa época,
eu quero registrar, que eu tinha com ele um bom relacionamento e até amizade,
mesmo porque fazíamos parte da mesma instituição que é a POLÍCIA FEDERAL.
Querendo
contribuir com isenção, eu fiz ver a ele, que diante da ligação dele a um fato
controvertido, onde ele não soube guardar o sigilo de uma investigação que se
processava lá na polícia federal, com autorização do judiciário, esse fato
poderia trazer repercussão negativa para o GOVERNO, PARA A PRÓPRIA SECRETARIA
DE SEGURANÇA E PARA AS INSTITUIÇÕES, e fui à Governadora e indiquei o nome do
Delegado Nordman Ribeiro. Toda a Secretaria sabe quem é ele.
Foi assim,
que começou a campanha sórdida contra mim, porque as críticas que eu fazia e
continuo fazendo da tribuna da Assembléia, contra a violência desencadeada no
Estado, sem freios, que continua galopando em passos largos até o presente
momento no nosso Estado.
Não é por que
ele seja agente de polícia que ele não tivesse a competência de exercer o
cargo. Não. Não.
Foi pelo
despreparo, pelo amadorismo que ele enfrentou esse problema, o problema da
violência que é o mal maior dos nossos
tempos.
Não quero
fazer comparação, mas tenho aqui um documento onde na minha gestão eu soube
proporcionar SEGURANÇA MAIOR ao povo do Nosso Estado.
Reconheço que
a violência de ontem não é a de hoje. Mas para todos os problemas mesmo os mais
difíceis tem solução.
Onde está a
capacidade do ser humano?
Diante desse
relato, aproveitaram o assassinato de um jornalista blogueiro, que eu tinha
relacionamento profissional, e aproveitando o depoimento do executor que eu não
conhecia, nunca tinha ouvido falar, mas que foi induzido a citar o meu nome,
criaram esse vendaval todinho para me comprometer. Aluísio não olhou para minha
história, não olhou para o meu passado, para minha dedicação em defesa da
sociedade. Olhou para o sentimento de vingança sórdida, irresponsável, que o
deixou na condição de incapaz para permanecer em cargo de tamanha envergadura e
no qual ele não tinha competência para resolver problemas complexos de
violência.
A mim não
cabe questionar as investigações. A mim não cabe investigar as autorias e
coautorias desse crime hediondo. Esse crime atingiu o mais nobre dos poderes do
nosso tempo: o poder da imprensa livre.
Trago aqui
para a tribuna o resumo de um ano de publicação da imprensa do nosso Estado com
repercussão nacional da minha falsa participação nesse crime.
Procurei o
Ministério Público buscando a sua contribuição na elucidação das acusações que
pesavam contra mim.
Vim a esta
casa e busquei também a contribuição do Poder Legislativo. Não queria com isso
proteção. Não. Queria elucidação, razão porque, fiz um pedido da criação de uma
CPI de agiotagem onde um acusado pede para ser investigado. Não apresentei
ainda à mesa o requerimento porque ainda não tenho as assinaturas regimental.
Requeri a
minha convocação para o CONSELHO DE ÉTICA para que também fosse investigado
individualmente das acusações. Esperava encontrar o apoio dos meus companheiros
deputados, mas como sei que essa casa é composta de representantes do povo e
nunca há na sua história a comunhão de manifestações, eu compreendo porque nem
todos assinaram. Mas não desisto de continuar tentando.
O que
ocasionou todas essas acusações em relação à agiotagem? Colocação infundada
baseada exclusivamente no desejo de vingança do secretário de Segurança Pública
e daqueles que se dobraram profissionalmente ao seu intento. Agiotagem? Porque
nenhum cidadão se manifestou que eu havia emprestado dinheiro a ele?
Grilagem?
Senhores Deputados, os documentos que eu adquiri na compra de terreno que hoje
é de minha propriedade, foram adquiridos em um cartório que tem fé pública.
Como posso grilar? Mesmo assim, meus advogados estão apresentando no Tribunal
de Justiça a defesa necessária.
Quero
questionar agora o crime maior: Adquirir
com pressão psicológica, tortura, com abuso de poder do cargo, depoimentos que
não foram confirmados na JUSTIÇA contra
a minha pessoa.
DIANTE
DISSO, Pergunto para ALUÍSIO, qual a diferença de um criminoso, de um facínora,
que tira a vida de um cidadão por dinheiro e outro que sentado confortavelmente
em um gabinete, tenta tirar a honra e a dignidade de um cidadão que se
preza.?Não há diferença. Todos os dois são criminosos. ESSE GRAVE FATO, deixa portanto, esse cidadão
vulnerável na condição de continuar como Secretário de Segurança deste Estado.
E o que dizer
das informações que foram vazadas do seu gabinete onde a opinião pública e a
imprensa tomaram conhecimento do envolvimento de mais de quarenta políticos de
nosso estado em crime de agiotagem?
Aluísio
Mendes, sobre o envolvimento dos políticos que foram citados por você, foi
Instaurado algum inquérito?
A justiça,
pelo que tomei conhecimento, não recebeu nenhum encaminhamento de qualquer investigação
a esse respeito.
Mas, do jeito que tentaste atingir a
minha dignidade e a minha honra, atingiste também as cidades onde os políticos foram
relacionados em crime de agiotagem, atingiste a honra dele, das suas famílias e
seus amigos. Como vais reparar esses danos?
Quanta
irresponsabilidade.
Não podes
negar que o FÁBIO CAPITA, que não sei quem é, disse em seu depoimento na
justiça, que TU FOSTE PROPOR A ELE A MINHA INCLUSÃO NESSE ASSASSINATO.
Este
depoimento do JONHATAN, fizeste tudo o possível, até colocar palavras na sua
boca para me incriminar. Isso é fato inquestionável. Isso é crime.
Agora, eu
tenho que perguntar para você mesmo: VOCE INSISTE EM CONTINUAR COMO SECRETÁRIO
DE SEGURANÇA. JÁ NÃO BASTA. VOCÊ JÁ NÃO FOI LONGE DEMAIS? JÁ CHEGA.
Agora, me
dirijo à Assembléia: se está comprovado a parcialidade, o ódio, e como ele faz
as suas investigações e conclui os seus Inquéritos, mesmo não sendo Delegado de
Polícia, que credibilidade ele tem nas investigações que está fazendo sobre os
agiotas no Estado do Maranhão, que ele diz fazer? Que credibilidade?
Senhores
Deputados. Já chega. Vamos assinar esse requerimento da CPI da agiotagem, senão
o povo vai compreender lá fora que tanto a Secretaria de Segurança como a
Assembléia, estão em falta com as suas responsabilidades.
Sem querer
fazer a comparação, nenhum poder tem que ser radical, parcial e direcionado a
seus interesses pessoais, como foi ROBESPIERRE em relação a DANTON. O resultado
é que ele seguiu o mesmo caminho de
DANTON. Senhores Deputados, nós não temos a guilhotina no Brasil, mas temos
julgadores que tem sido muito mais severos do que os julgadores da revolução
francesa: o povo.
A esse povo
eu me dobro. A esse povo eu sei que eu posso contar com ele,porque ele sabe das
injustiças que eu estou passando. Ele sabe do mal que eu sofri. Ele sabe do meu
empenho em provar minha inocência, e eu encerro com o pronunciamento de HOJE:
E digo: ALUÍSIO, VOCÊ VAI CONTINUAR NO CARGO?
AH,
EU IA ME ESQUECENDO: VOU LEVAR AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO
MARANHÃO, À SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍCIA FEDERAL, AO PROCURADOR DA REPÚBLICA, À
GOVERNADORA DO MARANHÃO, AO MINISTRO DA JUSTIÇA, AO CONGRESSO NACIONAL, O
DIÁRIO DA ASSEMBLÉIA QUE REGISTROU ESSE MEU PRONUNCIAMENTO COM TODAS AS PROVAS
DA SUA TENTATIVA DE ME ENVOLVER NOS CRIMES DE AGIOTAGEM GRILAGEM E ASSASSINATO.
AH.
VOU MANDAR TAMBÉM PRÁ VOCÊ SE INVESTIGAR A SI PRÓPRIO.
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