SENHORES DEPUTADOS,
SENHORAS DEPUTADAS,
GALERIA,
IMPRENSA,
INERNAUTAS E TODOS QUE NOS ASSISTEM PELA TV ASSEMBLEIA...
“OS LUGARES MAIS SOMBRIOS DO INFERNO SÃO RESERVADOS
ÀQUELES QUE SE MANTIVERAM NEUTROS EM TEMPOS DE CRISE MORAL”. A DIVINA COMEDIA DANTE ALIGHIERI.
Vim de grandes dificuldades, onde trabalhei por vários anos
em uma banca no mercado central, isso já faz muito tempo, mesmo assim, ainda
tenho irmãos trabalhando na mesma banca que foi minha e do meu querido pai.
Essas dificuldades determinaram em mim, um sentimento de
enfrentamento a todas as adversidades que eu teria que enfrentar na minha
trajetória de vida. De agente de Polícia Federal a advogado e delegado de Polícia
federal, procurei exercer a minha profissão de uma forma que fosse exemplar
para meus pais, minha mulher, meus irmãos, meus filhos, meus amigos, para o
Maranhão e o meu País. Lutei para que o meu pai, ainda em vida, se orgulhasse
do sacrifício que enfrentou para criar e formar seus 13 (treze) filhos.
Exerci muitas funções importantes de confiança na Polícia Federal,
foi através do meu desempenho, profissionalismo, transparência e responsabilidade,
que contribuíram para que eu fosse convidado pela governadora Roseana Sarney
para exercer, em momento de crise, o cargo de Secretario de Segurança do Estado
do Maranhão no dia 03/07/1997.
À frente do Sistema de Segurança Pública e com o apoio irrestrito
de todo o sistema e dos poderes constituídos do nosso Estado combatemos o crime
em todas as suas modalidades.
Na secretaria de segurança, permaneci por longos anos e
atendendo ao chamado do povo do meu Estado, entrei para vida pública, pensando
eu, que não iria enfrentar as adversidades que enfrentei na secretaria de
segurança. Mas os interesses contrariados me surpreenderam,
profundamente, diante do que eu esperava.
No meu segundo mandato, porque no primeiro, parte dele voltei
a exercer o cargo de secretário de segurança, procurei trazer a esta Casa a
experiência que eu adquirir, no que diz respeito, a segurança pública e nesta
tribuna que hoje eu ocupo busquei, não competir, não enfrentar, mas ser útil a
atual gestão da secretaria de segurança pública.
Ninguém pode esconder com a mão a fragilidade que convivemos
hoje em relação à segurança pública do nosso Estado. As estatísticas de
homicídios, de roubos, sequestros relâmpagos, arrombamentos através de
explosivos de caixas eletrônicos, de furtos e roubos de veículos, centenas de
assaltos a ônibus, de invasão à domicílios, de tráfico de drogas desenfreado e
da volta do crime organizado no maranhão, nos deixam perplexos diante da falta
de competência do atual secretário de Segurança Publica do Estado.
As minhas críticas, feitas nesta tribuna, não alcançaram o
objetivo que busquei, ao contrário, despertei uma animosidade competitiva,
desenfreada e criminosa que buscou atingir a minha história de vida. Os caminhos possíveis no campo da justiça, eu percorri para
me defender das acusações levianas de assassinato, de grilagem e de agiotagem.
Esta Casa é testemunha, e nos seus anais está registrado o
pedido da criação da comissão parlamentar de Inquérito para investigar
agiotagem em nosso estado, onde a imprensa comenta até a participação de
membros da Assembléia na prática desse delito.
Solicitei a esta Casa através de documentos, que me
convocasse para comparecer a comissão de ética para justificar as acusações.
Fiz uma representação à Procuradoria-Geral de Justiça para que o Secretário de Segurança
e 03 (três) delegados esclarecessem a armação que eles fizeram para me
incriminar dentro do inquérito que ensejou o processo da morte do jornalista
Décio Sá. O que eu pude fazer eu fiz.
Esperei que o grupo político que sempre fui leal se
manifestasse em minha defesa. Não vi esse gesto, ao contrário, o sistema
mirante de comunicação, sem a investigação jornalística necessária,
precipitadamente, divulgou as acusações contra mim. Não olhou o sistema
mirante, para minha honra, para minha moral, para minha história. Não se
preocupou em medir as conseqüências que poderia atingir a minha vida pública. Apenas
04 (quatro) Deputados da base aliada assinaram o requerimento da criação da CPI
da agiotagem. Quem assinou foi à oposição.
Tenho recebido e-mails, mensagens, e telefonemas me cobrando
a busca de um caminho para que eu possa continuar representando o povo do nosso
Estado.
Conversei com as lideranças da capital e do interior,
conversei com a minha família, conversei com os meus amigos buscando encontrar
uma decisão, que não atendesse somente aos meus sentimentos. Senhor
Presidente, o povo é sábio, o povo não admite injustiça e, por unanimidade, me
aconselharam a percorrer a estrada que se abre de mudanças no país inteiro e, principalmente
no Maranhão. Vou buscar não o que se diz oposição, eu vou buscar é a
concretização de melhores dias para o nosso povo.
Águas passadas não movem moinhos, passado é passado, não
olharei para traz. Vou procurar as lideranças que estão se colocando à
disposição do povo para concretizar o sentimento de esperança, de mudanças de
progresso que todos nós estamos cansados de esperar.
Senhor Presidente, a partir de hoje, me EXCLUO da base
aliada que fiz parte por todos esses anos.
Na semana passada visitei um povoado distante e isolado do
município onde nasci, São João Batista. Conversei com a comunidade e me dirigi
particularmente a uma senhora idosa que fazia parte da reunião e perguntei: com
quem nós vamos votar para governador nessas próximas eleições? E ela respondeu:
Dr Cutrim, aqui nós cansamos de esperar, tenho conversado com os meus filhos e
meus netos e tenho recomendado para votarmos para governador num candidato que
foi juiz.
Senhor presidente, senhores deputados, jornalistas presentes,
senhores servidores desta casa, meus amigos, vou seguir os conselhos da idosa
de nome Dona Maria, vou contribuir para a eleição de Flávio Dino candidato a
governador do Maranhão.
Vou atrás da esperança, das mudanças que o povo do nosso
Estado está cansado de esperar.
Encerro meu pronunciamento com uma citação de
DANTE ALIGHIERI.
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